sábado, 30 de março de 2013

Resenha A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Epistemológicos e Políticos CORTELLA, Mário Sérgio.

RESENHA: A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Epistemológicos e Políticos Por: Luciana Leme Borin CORTELLA, Mário Sérgio. A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Epistemológicos e Políticos São Paulo/Mario Sergio Cortella. Cortez: Instituto Paulo Freire. 14. ed., 2011. 159 páginas O autor do livro é Mario Sergio Cortella, educador que possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (1975), Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989), sob a orientação do Prof. Dr. Moacir Gadotti, e Doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997), sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Freire. A obra é narrada na ótica do autor que relata questão educacional, e sua eterna "crise", em um panorama amplo, marcado, principalmente, pela injustiça social resultante de um eficaz projeto de dominação, elaborado e executado por uma minoria gerando, em contraposição, uma massa de excluído. Cortella adverte para a repetição, no microuniverso da escola e dos equívocos cometidos ao sermos levados pelo drama que nos envolve: perdemos o verdadeiro sentido de nosso trabalho e desprezamos nossa capacidade de transformar a situação que nos oprime. O livro é composto por cinco partes muito importantes para a compreensão da sua obra no todo, no primeiro capítulo traz como tema: Humanidade, cultura e conhecimento; no segundo: Conhecimento e verdade: a matriz da noção de descoberta; no terceiro: A escola e a construção do Conhecimento; no quarto: Conhecimento escolar: epistemologia e política e por fim ele conclui a sua obra com um quinto capítulo: Conhecimento, ética e ecologia. Introdução: Existência da crise Educacional, principalmente no ano de 1964 pela falta de implantar a justiça social com a produção capitalista industrial que faz reduzir o investimento público na saúde e educação. A única solução para essa crise é a democracia do conhecimento. A mesma é efetivada a compreensão e fortalecimento do cidadão na busca da transformação social. Capítulo I: Humanidade, cultura e conhecimento. O conhecimento é algo pronto, transcendental e estático onde existe um jogo político econômico que atrapalha a educação pela desigualdade de atingir avanço. Por isso o profissional que trabalha com a educação, antes de tudo, ele trabalho com uma ferramenta chamada conhecimento, que será o objeto principal de nossas atividades. Portanto, não podemos olhar para este objeto apenas com um olhar cientifico. E como diferenciar esta visão? Observação do conhecimento que é produzido no dia-a-dia no interior da escola. Neste sentido o conhecimento é inerente da existência humana e o papel da educação é não deixar que o indivíduo fique alienado, mas sinta prazer em conhecer que ele faz parte da democracia e é o construtor da mesma. Capítulo II: Conhecimento e verdade: a matriz da noção de descoberta É falado sobre a civilização grega na produção de conhecimento, que possibilita a reflexão sobre a construção da ideia como "descoberta", e sobre a origem da escola dissociada da prática produtiva, pois é fruto do ócio (tempo livre) e riqueza da aristocracia. Sendo assim, a vivência e os conhecimentos adquiridos na escola/ ócio possibilitavam o domínio da arte de falar e argumentar bem, e esse eram um fator decisivo nas assembleias e nos debates políticos, definindo, portanto, com quem ficava o poder Conhecimento e verdade é uma noção a descoberta da reflexão da verdade, pois a verdade que se integra na teoria do conhecimento é muito mais complexa. Na articulação do epistemológico e político que demonstra a ideia de verdade. Conhecimento é diferente de pronto e acabado, porque a concepção da mesma se origina na civilização grega que era rodeado das práticas pedagógicas cujo cuidado de conceituar de forma muito clara o que é de onde vem, e como chegar ao conhecimento, que é uma ferramenta de suma importância para o conhecimento. Por isso o educador tem que traçar um acompanhamento histórico e filosófico para tal finalidade, passando por filósofos importantes como Sócrates e Platão para refletir na percepção dos seus educando se sentirem construtores do seu próprio conhecimento e perceberem que as verdades construídas na história, sociedade e cultura são resultados de análise e reflexão. Capítulo III: A escola e a construção do Conhecimento Para o autor, muitas vezes, o Conhecimento é entendido como algo acabado, pronto, encerrado em si mesmo, sem conexão com sua produção histórica. Quando um educador nega aos alunos a compreensão das condições culturais históricas e sociais da produção do conhecimento, termina por reforçar a mitificação e a sensação de perplexidade, impotência e incapacidade cognitiva. Essa é razão básica pela qual o ensino do conhecimento científico precisa reservar um lugar para falar sobre o erro; o conhecimento é resultado de processo e este não está isento de equívocos, isto é, não fica imune aos embaraços que o próprio ato de investigar a realidade acarreta. Errar é decorrência da busca e, pelo óbvio, só quem não busca não erra. Um dos fatores básicos do trabalho pedagógico e entendermos que não há conhecimento significativo sem pré-ocupação. Quando Cortella coloca que a Escola é o local do conhecimento, subentende que ele está querendo nos deixar bem claro que a experiência vivida por cada educador acontece no campo prática vivenciada, no seu livro Pedagogia da autonomia de Paulo Freire coloca que não pode existir docente sem discente, ou seja, todo professor sempre será um eterno aluno. Capítulo IV: Conhecimento escolar: epistemologia e política É comentado que as questões de concepções sobre relação escola e sociedade têm alterações nas doses de otimismo, pessimismo, ingenuidade e criticidade. É destacado um alerta contra o pedagocídio finalizando uma perspectiva com uma educação da Liberdade da convivência igualitária. Capítulo V: Conhecimento, ética e ecologia. Destaca o que denomina otimismo definindo-a como natureza contraditória das instituições sociais. Em outras palavras é um paralelo muito interessante acerca da ética dentro do processo da construção do conhecimento, quando falamos em ética logo nos vem à mente um sistema de regras do que podemos e não podemos fazer sobre as nossas escolhas. Faz reflexão em torno das urgências que temos atualmente da dificuldade em impedir o biocídio, colocando o Conhecimento como forma de ética de não apequenar a Vida. Guisa conclusiva Nosso país está em pleno desenvolvimento, e, mesmo tentando evoluir-se num desenvolvimento sustentável mostrado em propagandas visuais e tecnológicas, não está conseguindo um desenvolvimento de ordem progressiva, e sim, um desenvolvimento em prol da miséria, da injustiça social, do analfabetismo, do crime, da violência, da corrupção e das doenças que, diariamente, matam crianças, jovens e idosos. A política econômica, na sua prática, visa apenas em economizam mão-de-obra. Resultado: desemprego e crise. A educação como geradora e portadora da transmissão do conhecimento, se transforma na principal chave de mudança. Concordo com o professor Mario Sergio Cortella quando relata que o professor assume um papel muito importante neste processo, pois constrói e conduz o fazer pedagógico de maneira que atenda as necessidades do sujeito. No fazer docente acredito que deve prevalecer a visão humanística, se assim posso dizer, onde a relação professor-aluno seja a base para o desenvolvimento cognitivo e psíquico em sala de aula dando oportunidade ao educando ser crítico social consciente de suas ações e escolhas sociais. Comparo quando Cortella diz que perdemos o verdadeiro sentido de nosso trabalho e desprezamos nossa capacidade de transformar a situação que nos oprime com a música “Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora não espera acontecer” de Geraldo Vandré que foi um protesto ao golpe militar que considero um marco importantíssimo da História do país. O professor precisa assumir e requerer sua missão escolhida diante a docência em possuir metas e objetivos no que pretende ensinar, mas não se pode perder de vista, um segundo sequer, para quem se está ensinando e é disso que decorre o como realizar. Libertar as visões dos contextos sociais dos alunos que são viciados e acomodados ao conhecimento que possuem. É importante encontrar novos conhecimentos e ver o mundo de forma muito diferente. Um novo local onde os conflitos se tornam mais evidentes, mas onde há também a possibilidade de experimentar verdadeiramente a plenitude da vida. Conjugar isso exige compromisso e responsabilidade do educador para com o aluno, tal ato vai conseguir um avanço na exigência da compreensão da pessoa no processo de ensinar e aprender, fazendo uma desconstrução daquilo que acreditamos e construir naquilo que sabemos diante a historicidade dos fatos, sendo ele cientifico, histórico ou cultural. Referencias: Este livro destina-se a professores, pais, alunos e educadores em geral, pois discute os processos educativos e formação de professores. É uma leitura fácil e reflexiva diante questão história/social/cultural da formação humana na relação com a educação reflexiva libertadora. Identificação: BORIN, Luciana Leme - EMEF “José Martiniano de Alencar” - Prefeitura do Município de Osasco, PEB-I, Efetivo em 2002, llemeborin@hotmail.com. Vamos agora identificar o IBEB de sua Escola? Brincar e recontar os Contos de Fadas.

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